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História da Família Rodrigues / Rodríguez

RODRIGUES/RODRIGUEZ/ROIZ: Sobrenome de origem patronímica bastante abundante, tanto quanto era o nome próprio Rodrigo ou Rui que o originou nos séculos XIV e XV, inúmeras são as famílias que o adotaram por sobrenome sem existirem os menores laços de consangüinidade entre elas.

Isso não impede que algumas dentre elas ascendessem à nobreza da fidalguia de cota de armas, o que sucedeu particularmente com três. Teremos assim, e para começar, a que procede de um desconhecido Martim Rodrigues, cujas armas figuram já no Livro do Armeiro-Mor.


 

Brasão da Família Rodrigues (de Martim Rodrigues)

Armas: De ouro, cinco flores-de-lis de vermelho, postas em aspa; chefe de vermelho, carregado com uma cruz florenciada e vazia de ouro. Timbre: um leão de ouro nascente, carregado com a flor-de-lis do escudo na espádua.

No mesmo armorial vêm mencionadas e iluminadas as armas de André Rodrigues de Áustria, sendo esta designação certamente proveniente do fato dele ter vivido na Áustria ou ali ter ido numa missão qualquer.

Armas: escudo partido, sendo o primeiro de ouro, meia águia bicéfala de negro, e o segundo de vermelho, duas faixas de prata. Timbre: uma cabeça e o pescoço de uma águia de negro, armada de ouro lampassada de vermelho.

O bacharel António Rodrigues, douto letrado que sucedeu a Jean du Cros no oficio de Rei d'Armas principal de Portugal, também tinha armas: Armas: Escudo partido, sendo o primeiro de negro, meia águia de ouro estendida, e o segundo de prata, uma faixa de vermelho, acompanhada de duas pombas de púrpura, voantes, uma em chefe e a outra em ponta. Não se lhes conhece o timbre.

Existem também alguns Rodrigues provenientes de Espanha, onde se chamavam Rodriguez de la Varillas ou de Salamanca, e que passaram a Portugal em finais do século XVI, princípios do XVII.


 

Outro brasão da Família Rodrigues (Rodriguez de la Varillas)

Armas: de ouro, quatro palas de vermelho; bordadura de azul, carregada de oito cruzes potenteias de prata, cada cruz acantonada de quatro cruzetas também potenteias, do mesmo.

Além destes, existem os Rodrigues que se instalaram no Brasil na região de Sorocaba-SP, cujo brasão é o representado abaixo:


 

Outro brasão da Família Rodrigues (de Sorocaba-SP)

Há, por fim, os Rodrigues de origem judaica, os chamados cristãos-novos. A presença de judeus na Península Ibérica é de remotíssima memória, já se referindo a ela o Concílio de Orleans, realizado no ano de 538, e o de Toledo, em 633. Por essa época, os judeus ostentavam nomes e sobrenomes hebraicos. Mais tarde, com a ocupação mulçumana, a antroponímia judia também assimilou essa influência, aparecendo nomes de sonoridade árabe, ao lado dos puramente hebraicos e espanhóis.

Em 1492, os Reis Fernando e Isabel de Castela, conhecidos como Reis Católicos, decretaram a expulsão dos judeus da Espanha. Em razão disso, cerca de cento e vinte mil pessoas foram buscar refúgio em Portugal e, nessa mudança, levaram consigo sobrenomes árabes, hebraicos e espanhóis, além dos nomes de família representados por topônimos.

O crescimento da comunidade judaica em Portugal não agradou aos Reis Católicos, que passaram a exercer pressão política sobre o rei português no sentido de que este também expulsasse os semitas do território lusitano. Em 1496, D. Manuel I decretou a expulsão dos judeus de Portugal, oferecendo, contudo, a oportunidade de permanecerem no país, mediante conversão ao catolicismo.

Essa conversão, através do batismo, exigia nomes cristãos e, via de regra, o converso assumia nome e sobrenome tipicamente portugueses. Muitos mantinham, reservadamente, seus nomes originais, pois grande parte das conversões era apenas de fachada, preservando a fé na lei mosaica na intimidade da família.

Com o estabelecimento do Tribunal da Inquisição, em 1536, iniciou-se uma caçada aos cristão-novos. A bem da verdade, o escopo do Santo Ofício era extinguir da sociedade os "infectos de sangue" (árabes, negros, mulatos, judeus, ciganos, etc) e os de conduta reprovável (feiticeiros, adúlteros, sodômicos, etc). Ocorre que a comunidade judaica era a de número mais significativo e sempre associada, pelo anti-semitismo popular, à imagem de assassinos de Cristo, passando, portanto, a sofrer maior perseguição.

Nas listas de processados pelo Santo Ofício, por serem judeus ou cristão-novos, encontram-se milhares de nomes e sobrenomes genuinamente portugueses, causando mesmo estranheza que nomes hebraicos raramente sejam mencionados.

Analisando essas listas, nota-se que qualquer sobrenome português poderá ter sido, em algum tempo ou lugar, usado por um judeu ou cristão-novo. Não escaparam ao uso sobrenomes bem cristãos, tais como "dos Santos", "de Jesus", "Santiago", etc. Certos sobrenomes, porém, aparecem com maior freqüência, tais como "Mendes", "Pinheiro", "Cardoso", "Paredes", "Costa", "Pereira", "Henriques", etc. O de maior incidência, no entanto, foi o "Rodrigues".

Alguns documentos ainda mantêm registrados os nome originais dos judeus que, ao serem batizados, assumiram nomes tipicamente portugueses como foi o caso de Salomão Coleiria que utilizava o nome de Gonçalo Rodrigues.

Eis alguns outros exemplos:

Nome Original Judeu Nome Cristão Português

Abraão ...?________ Gonçalo Dias

Abraão Gatel______ Jerônimo Henriques

Benyamim Beneviste_____ Duarte Ramires de Leão

Isaac Tunes____________ Gabriel Velho

Luna Abravanel________ Leonor Fernandes

Salomão Molcho_______ Diogo Pires

...? Cabanas___________ Estevam Godinho

Costuma-se dizer que os judeus tomavam como sobrenomes nomes de árvores e animais. Mas, a bem da verdade, esses sobrenomes já apareciam na antroponímia portuguesa desde que se tornou usual a adoção de um nome de família, não sendo, portanto, de ocorrência exclusiva entre os hebreus.

O Brasil Colonial recebeu um grande contigente de imigrantes portugueses. Estima-se que durante o ciclo do ouro cerca de 800 mil pessoas fixaram-se em nosso país. Entre esses adventícios, certamente, vieram os cristãos-novos. Nas listas dos Autos-de-fé da Inquisição, mencionam-se centenas de processados nascidos no Brasil ou aqui radicados. Contudo, identificar algum deles em pesquisas genealógicas não constitui tarefa fácil.

Muitos judeus modernos, descendentes dos expulsos da Espanha e Portugal, que hoje vivem principalmente na Holanda, Itália, E.U.A. e Israel, preservam seus sobrenomes portugueses, às vezes com grafia já deturpada.

Em resumo, em termos genealógicos, a incidência de determinado sobrenome português, que tenha sido de freqüente uso entre judeus, por si só não autoriza dizer que determinada família seja de origem judaica ou cristã-nova. Por outro lado, nem os sobrenomes tipicamente cristãos garantem que a família seja, usando a terminologia da época, cristã-velha.

Títulos, Morgados e Senhorios da Família Rodrigues:

* Barões da Fonte Bela * Barões da Silveira * Barões de Alquerubim * Barões de Barbosa Rodrigues * Barões de Bertelinho * Barões de Itambi * Barões de Matoso * Barões de Rio Ave * Barões de Rodrigues Mendes * Barões de São Geraldo

* Condes da Fonte Bela * Condes de Arganil * Condes de Santa Marinha * Condes de Sucena

* Viscondes da Graceira * Viscondes da Quinta de São Tomé * Viscondes de Alvelos * Viscondes de Cacongo * Viscondes de Nandufe * Viscondes de Penalva de Alva * Viscondes de Pinheiro * Viscondes de Rodrigues da Cunha * Viscondes de Rodrigues de Oliveira * Viscondes de Santa Marinha * Viscondes de São Gião * Viscondes de São Salvador de Tangil * Viscondes de Sucena * Viscondes de Tangil * Viscondes de Torres * Viscondes dos Lagos

Cargos e Profissões:

* Abades de Balazar * Abades de Roriz * Abades de Vale Freixozo * Bispos de Coimbra * Capitães-Mór de Penela * Cardeais Patriarcas de Lisboa * Deputados * Economistas * Engenheiros * Fidalgos da Casa Real * Governadores de Moçambique * Marechais da Irlanda * Ministros * Ministros das Finanças * Presidentes da Câmara de Lisboa * Professores

O sobrenome originou-se, como muitos outros terminados em "es", na expressão "filho de Rodrigo", e foi adotado, portanto, de forma arbitrária por muitas famílias antigas. Das famílias mais antigas que adotaram este sobrenome de forma definitiva, podem ser citadas: a de Antônio Rodrigues, rei de armas de Portugal, que viveu na época do rei D. Manuel I, por volta do ano de 1495, e a de Rodrigues de Varillas, proveniente de Salamanca, Espanha, descendente de D. Ramiro, rei de Aragão, falecido em 1094. No Brasil, o sobrenome Rodrigues se espalhou por praticamente todos os estados. Em Minas Gerais, merece destaque a família de Antônio José Rodrigues, nascido em 1819 no Rio de Janeiro e que se fixou no distrito de Santo Antônio do Muriaé (hoje município de Miraí), onde viveu até o seu falecimento, em 1891. Deixou numerosa descendência de seu casamento com Maria Florência de São José, ocorrido por volta do ano de 1851, que se espalhou pelas cidades de Miraí, Muriaé, Carangola e Rio de Janeiro.

Em nossa base de dados, são encontrados dezenas de grupos familiares, dos quais três merecem ser destacados, em função da maior quantidade de pessoas: a descendência de Antônia Rodrigues Horta (Antônia do Cafezal), matriarca também da família Horta Barbosa, surgida a partir de seu casamento com Luiz Antônio Barbosa da Silva; a descendência de Antônio Rodrigues Pereira, o barão de Pouso Alegre, pai do ilustre Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira (que dá nome à cidade de Conselheiro Lafaiete), que tem ligações tanto com a família Horta Barbosa, acima citada, como também com a conhecida família Andrada, de Barbacena; e a descendência de Joaquim Antônio Rodrigues, proveniente da região de Belo Horizonte e que foi catalogada a partir das pesquisas de Márcio de Ávila Rodrigues.

Fonte: Dicionário das Famílias Brasileiras, de Carlos Barata e Cunha Bueno

Edir Rodrigues
edirrodrigues@hotmail.com




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