:: AMIGOS ::
 
 

 

Brasília, 20 de Julho de 2009.

Vivemos dias em que confiar plenamente, viver a autenticidade da paz e da alegria, esperar por acontecimentos melhores, tem se tornado cada vez mais difícil, ouvimos os ecos advindos das mais ilustres plataformas “que o melhor ainda está por vir”, ao som de tais palavras envoltas da mais pura e densa emoção, saltamos embebidos da mais autêntica esperança. Diante da nobreza de tais vocábulos submersos na aura de tão prolixa magia, nossos pensamentos tomam asas e divagamos nas mais altas nuvens do nosso planear, e em fração de segundos percorremos o intervalo entre o princípio e a eternidade, nos tornamos surpreendentes crianças imaculadas que crê com integridade de coração nas promessas de que não existe “bicho-papão”. Embora quando o sol da maturidade brilha no horizonte da vida adulta, alguns “bichos-papões” são capazes de nos tirar o sono, os sonhos e nos mergulhar nas incertezas e nas frustrações da “vida real”.

Ainda que, façamos parte da multidão vibrante, somos despertados por um som familiar, “hei acorda, pára de sonhar, palavras não pagam suas contas, gritos de ânimo não abastecem seu carro, saltos de alegria não cobrem seus pecados...” multidão que vibra de emoção pelas palavras sofisticadas, recursos das técnicas da neurolingüística utilizada com maestria pelos príncipes das tribunas modernas, por mestres que tentam fazer do falar a substituição pelo viver, viver a verdade da vida, “ser gente”... Como Cristo foi assim, todos queremos ser deuses, Jesus só queria ser o filho do homem, embora fosse e é Deus Eterno. Então o que fazer? Como seguir adiante, tendo como caminho os paradoxos da vida?

Amigos da eternidade, ainda estamos sobre a ponte, lembra? Aquela que liga a vida terrena à eternidade, viver parece perigoso demais, a ponte está cada vez mais escorregadia e estreita, perder-se parece mais fácil a cada dia, as incertezas parecem mais certas do que nunca, e o caos nos encontra a cada curva de nossa jornada...

Queridos amigos, não vivemos do passado, esse é o nosso presente, porque temos um futuro, mas reativar a memória nos ajuda a sermos gratos, e a gratidão nos faz lembrar quem somos e a quem pertencemos. A lembrança de acontecimentos antigos encontram eco dentro em mim, um de meus mais amados profetas, dentre palavras extraordinárias que escreveu, disse algo no passado que no presente é capaz de nos despertar para vivermos dignamente rumo ao futuro, Jeremias como legítimo representante do Eterno na terra nos aconselhou que deveríamos conhecer ao Eterno, pondo-nos em marcha pelo caminho, ver e perguntar pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andar por ele, e assim fazendo acharíamos descanso para as nossas almas; disse ainda que o grande problema da humanidade é o esquecimento, nos esquecemos do Eterno e deixamos de acreditar e esperar pelo cumprimento de suas promessas, que às vezes parecem que tardam além do limite da espera, mas elas na verdade acontecem no tempo devido dentro da eternidade, Jeremias disse que o povo do Eterno O tem esquecido, queimado incenso à coisas efêmeras e que por isso tem tropeçado nos seus caminhos, e nas veredas antigas, andando por veredas afastadas, não aplainadas.

Quero ainda fazer menção ao outro grande profeta que é conhecido como pequeno, porque falou pouco, mas a sabedoria não está no muito falar, antes está no falar com poucas palavras as grandes verdades que permeiam a realidade da vida. Habacuque nos ensina a confiar, a ter esperança que transcende os limites da lógica. É preciso confiar no Eterno, em suas promessas, mesmo quando os acontecimentos não façam nenhum sentido, quando tudo parece antagônico, isso não é tarefa fácil, porém necessária.

Quando pensamos sobre confiança somos reportados a Habacuque e sua oração, “...mesmo não florescendo a figueira...” Figueira está relacionada com a questão de Israel, a figueira é uma figura de Israel, dela se colhia frutos, à beira do caminho sempre havia figueiras com frutos para alimentar os peregrinos. Ela possuía abundancia de folhas para resguardar do sol oriental, e ainda é símbolo de paz e prosperidade. Quando pensamos em figueira como sendo o povo de Deus, o povo que possui frutos para alimentar o peregrino, sombra para dar descanso, paz para aliviar o coração e prosperidade para suprir as necessidades, ficamos em total desalento, mas então nos rememoramos uma vez mais o que disse o profeta, então olhamos para o alto, lembramos do amor do Eterno, o amor do Eterno é benigno, não é invejoso, não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não se regozija com a injustiça, mas se alegra com a verdade, o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta e quanto a sua durabilidade, o amor jamais acaba e o alento então é recobrado, “...e não havendo uvas nas videiras...” De uvas se produz vinho, ele é símbolo da alegria. O vinho está diretamente ligado às festividades de Israel. O Eterno tem guardado o melhor vinho para o final, Ele é o melhor vinho. Vinho também é símbolo do sangue de Cristo, e sangue é vida. Se não houver alegria, nem festas e nem vida, mesmo assim devemos confiar no Altíssimo, “...mesmo falhando a safra de azeitonas...” A oliveira é uma das árvores mais importantes citadas na Escritura por sua conexão direta com o povo de Israel e também pela riqueza de figuras por ela representada.

Os povos orientais reputavam-na como símbolo de beleza, força, da bênção divina e da prosperidade. Uma das características mais impressionantes dela é sua perenidade. Elas crescem praticamente sob quaisquer condições: nas montanhas ou nos vales, nas pedras ou na terra fértil. Crescem otimamente sob o intenso calor, com pouca água e são quase indestrutíveis. Seu desenvolvimento é lento, porém contínuo. Até as oliveiras doentes continuam a lançar novos ramos. Ainda que estejam velhas, as oliveiras não deixam de lançar de si novos ramos e dar frutos. Ainda que cortada e queimada novos ramos emergirão de sua raiz.

A oliveira é um produto necessário à vida, portanto a azeitona é valiosa. É notável que o Eterno nos tenha comparado justamente a esta tão significativa árvore. Assim como a oliveira nós fomos chamados pelo Eterno para darmos frutos independentes do local onde formos plantados. Não importam as condições do terreno, mas sim a nossa perseverança em frutificar ali. O Eterno nos chamou justamente para que sejamos plantados em solos hostis para ali darmos os frutos necessários naquela situação. E se porventura formos momentaneamente vencidos, não nos desanimaremos. Assim como a oliveira que é queimada, lançaremos novos ramos de nossas raízes e continuaremos vivendo e frutificando. Há também conosco um período de amadurecimento até que possamos frutificar abundantemente. A oliveira simboliza principalmente fidelidade e perseverança. A oliveira parece ser a mais forte dentre as árvores, pois além de resistir ao dilúvio ela foi a primeira a brotar quando as águas baixaram, “...não havendo produção de alimentos nas lavouras...” A fome é seguramente uma das maiores desgraças que pode vir a afligir a humanidade. O alimento é o que garante a sobrevivência e a permanência do homem na terra. Quando relacionamos isso ao povo de Deus, nós vamos a dois extremos, alimentos temos, em abundância, os celeiros estão cheios, porém muitos já morreram de fome e ainda não se deram conta disso, morreram não por falta de alimento disponível, mas porque se recusam a se alimentar do Pão da Vida, eles simplesmente preferem a “morte” a abraçar a Vida. Profetizamos que acordem de sua morte, se alimentem, saiam de seu estado de inanição e vivam por Ele e para Ele, “...nem ovelhas no curral...” A ovelha é o mais dócil dos animais, podendo-se com elas estabelecer laços de cumplicidade, ovelhas andam sempre em rebanho, faz parte do seu instinto viver em grupo. Ela é um animal muito resistente, que suporta bem grandes variações térmicas e temperaturas extremas, seja frio ou calor.

Não é mero acaso a bíblia nos comparar a ovelhas cujo pastor é o Altíssimo, “...nem bois nos estábulos...” Boi é símbolo de força, de trabalho. Ele é o animal que divide com seu companheiro o jugo, precisamos de amigos dispostos a dividir conosco o jugo, a compartilhar, a ser companheiro de jugo. E também é símbolo de autoridade, virilidade, força transformadora devido ao seu trabalho na preparação da terra para o plantio.

O relato de Habacuque mostra a total anormalidade, tudo estando fora do lugar, porém, ainda que tudo se perdesse, mesmo que todas as coisas não estivessem funcionando na normalidade ainda assim ele se exultaria no Senhor e se alegraria no Deus da sua salvação. O Senhor, o Soberano é a nossa força, ele faz nossos pés como os da corça, faz-nos andar em lugares altos. Que segurança assombrosa! Conhecer ao Eterno é a mais sublime de todas as dádivas, tudo que nossa mente pode imaginar de excelente, tudo que nossos olhos podem ver e nossas mãos podem tocar de bom, tudo isso junto é desprezível, quando comparado com a excelência do conhecimento de Cristo Jesus.

Quando conhecemos ao Eterno nosso coração é invadido pela mesma confiança. Os anjos quando olham para terra proclamam que ela está cheia da glória de Deus, e por vezes chegamos a achar que os anjos não estão enxergando com clareza, mas o que faz com estes seres vejam a terra desta forma é que eles estão vendo da perspectiva do Eterno, eles confiam. Existem muitas coisas as quais não entendemos e Deus não nos pode dar sempre uma resposta satisfatória porque a nossa mente finita não tem capacidade para compreender os pensamentos do infinito.

Amigos amados, palavras são simples sementes, e todo semeador nunca é um imediatista, é preciso prestar mais atenção nas raízes do que na folhagem. Hoje minha tentativa é a de disseminar sementes que gerem esperança e que essa esperança com o passar do tempo germine e se transforme em confiança e que essa confiança floresça e que seus frutos possam ser chamados de equilíbrio emocional, porque um ser com suas emoções equilibradas não segue vento de doutrinas, se emociona sim com palavras vindas de tribunas eloqüentes, mas não guia sua vida por elas, antes, com os pés no chão olha para os montes com a certeza de que é do alto que vem o socorro, porque aprendeu a dura tarefa de confiar, e confiança transcende a lógica, rompe com os limites quando circunstâncias são desfavoráveis.

Quero finalizar essa simples tentativa de plantio no solo fértil dos corações das pessoas mais lindas, ternas e verdadeiras do mundo, fazendo menção ao que disse um grande poeta dessa geração. “Todos elogiam a primavera e esperam ansiosamente por ela, pois pensam que as flores surgem nessa época do ano. Na realidade, as flores surgem no inverno, ainda que clandestinamente, e se manifestam na primavera. A escassez hídrica, o frio, a baixa luminosidade, pertinentes ao inverno, castigam as plantas, levando-as a produzir metabolicamente as flores que desabrocharão na primavera. As flores contêm as sementes, e as sementes expressam uma tentativa de continuação do ciclo da vida das plantas diante das intempéries que atravessaram no inverno. O caos do inverno é responsável pelas flores da primavera.” Augusto Cury.

Amigos, viver dignamente nunca foi uma tarefa fácil, mas a vida é o presente que recebemos do Eterno, somos um milagre, e milagre não se explica, antes se usufrui. Obrigada por segurar em minhas mãos, erguer minha cabeça, me fazendo viver altaneiramente. Escrevo coisas que não sou capaz o suficiente para escrever, falo coisas que não sou capaz o suficiente para falar, constantemente faço parte de coisas que estão muito acima de mim e vivo entre pessoas que são melhores que eu e sou aceita mesmo assim. Isso é milagre... O milagre da amizade, gerada pela semente do respeito plantada no solo do amor e regada com a mais doce e terna poesia, a oração.

Dedicado as melhores pessoas do mundo, cujo viver me inspira a ser alguém melhor.

Rosinha Cordeiro; Kelly dos Santos; Edileuza e família Cordeiro, Jefferson Pó e Suzana Costa; Jorge Flávio, Laís Rezazadeh e toda minha família Almeida; Dr. Marcos Vinicius; Márcia Rosa; Fabrícia Leal; Delci e Marcos; Pr. Sérgio, Silvana e meu aluno muitíssimo amado Giovani Gomes; Tony e família Gomes; Mary; Kelly Rodrigues; Krys e a grande família; mamães Elza, Jô e tia Joana; Suhh Flores; Alisson; Aracele e vovó; Douglas, Elaine e meninos; Edson Lopes; Saymon Rodrigues; Daniel Fortunato, Gleidimar da Silva Carvalho; Clóvis, Roberta e Davi Ribeiro; Darlene Ramos; Sol, Iná Dantas; Luciano profeta; Andréa; Telminha e Nayara Melquiades; Higo; Aline, Will’s e Gui; Ney e Diva; Suzanna W. Smith, Kleber; Adriano, Alan, Drica e Dan; Cris; Prs. Marcos e Vani Helcias; amigos da Maranata e Vida; Helen Braga; Jana; Edir Rodrigues; André, Helisane e Iago; Betjune; e aos meus inesquecíveis alunos de Hermenêutica da Manancial. Minha gratidão a uma equipe de maestros da mais bela poesia da vida, pessoas que talvez nunca saberão quem sou, mas que me inspiram de uma forma que as palavras não podem mensurar: Hillsong Team e Josh Groban. A todos que passaram pela minha vida, deixando um rastro de saudade e um baú de tesouros. A todos os meus futuros amigos. Amigo Eterno não há palavras dignas o suficiente para agradecer-te, quero viver de maneira a ser digna para que no grande dia eu possa repetir as palavras “eu te glorifiquei na terra, cumprindo a missão que me destes a fazer” eu te amo Eterno. Com todo meu amor,

Luciene Divina de Almeida.
lugospelbsb@gmail.com


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